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Guitarra Portuguesa (LISBOA)
Tudo leva a crer, ter sido um instrumento que entrou pela barra do rio Douro, aquando das trocas comerciais entre Portugal e a Inglaterra no séc. XVIII, o antepassado próximo da Guitarra Portuguesa. O Cistre, mais tarde conhecido por Guitarra Inglesa, entusiasmou os músicos e construtores do Norte do País, a ta l ponto que o Mestre de Capela António da Silva Leite (1759-1833) nacionalizou este instrumento, chamando -lhe Guitarra Portuguesa. Escreveu o primeiro Método " Estudo de Guitarra" em que se expõe o meio mais fácil para aprender a tocar este instrumento, datado de 15 de Março de 1796, dedicado a D.Antónia Madalena e posto à venda por 1200 reis. O Método está dividido em duas partes, a primeira falando de técnicas e afinações, a segunda das músicas a tocar neste instrumento palaciano (Minuetes, Marchas, Allegros, Contradanças, etc.) não falando de qualquer música ou assunto que tenha a ver com o Fado (Fado expressão musical).
A Guitarra de Silva Leite tinha 10 cordas (os dois últimos bordões eram singelos) e afinava das cordas mais finas para as mais grossas: Sol, Mi, Dó, Sol, Mi, Dó. Actualmente a Guitarra Portuguesa de Lisboa afina do agudo para o grave : Si, Lá, Mi, Si, Lá, Ré.

 

(https://sites.google.com/site/cantodofado/guitarra-portuguesa/guitarra-portuguesa-l

Origens

Existem três tipos de Guitarra Portuguesa: a de Lisboa, a do Porto e a de Coimbra, com diferentes tradições de fabrico. A de Lisboa é a mais pequena das três, com caixa baixa arredondada e é a que possui o som mais”brilhante”. A Guitarra Portuguesa tem um timbre de tal modo inconfundível que, onde quer que esteja, qualquer português a reconhece aos primeiros acordes. É um instrumento musical carregado de simbolismo e, à mercê da sua longa aliança com o Fado, é conotado com o “modo de ser” português, onde destino e saudade, são palavras que naturalmente se associam ao trinado. A guitarra portuguesa é um cordofone, cuja caixa harmónica é periforme, constituído por seis pares de cordas com diversas afinações, mas a que realmente se enraizou foi a afinação de Fado, Si Lá Mi Si Lá Ré, a começar pelas cordas mais agudas. A técnica de tocar este tipo de cordofone baseia‐se num dedilhar especial da mão direita, usando as unhas do dedo indicador e o polegar. Utiliza uma voluta em forma de caracol.

 

A Guitarra Portuguesa é um instrumento muito difundido em Portugal sendo o que mais se aproxima do sentimento Lusitano do povo português. Tudo leva a crer, ter sido um instrumento que entrou pela barra do rio Douro, aquando das trocas comerciais entre Portugal e a Inglaterra no séc. XVIII, O Cistre mais tarde conhecido por Guitarra Inglesa, entusiasmou músicos e construtores do Norte do País, até que António da Silva Leite, Mestre de Capela na Sé Catedral do Porto, nacionalizou este instrumento, chamando‐lhe Guitarra Portuguesa. A forma da Guitarra Portuguesa de Coimbra é maior do que a de Lisboa. Tem uma caixa mais aguçada e a escala mais comprida ajustada ao tipo de “balada”. A sua afinação é diferente da de Lisboa, com um tom abaixo, Lá Sol Ré Lá Sol Dó, do agudo ao grave. É um cordofone com acordes, uma estrutura e colocação das cordas que caracteriza bastante a música de Coimbra. A sua voluta tem um motivo de forma oval, a lágrima.

 

(http://casadaguitarra.pt/categorias_produto/guitarras-portuguesas/

 

 

A guitarra portuguesa é um dos maiores legados musicais da história de Portugal.

A guitarra é um cordofone com a caixa harmónica piriforme - o bojo ou cabaço -, sem enfranque, a aguçar para o braço, e de fundo chato e tampos aproximadamente paralelos. A sua boca é redonda; arma com seis ordens de cordas todas metálicas, as três primeiras com cordas lisas, as três últimas com corda lisa e bordão em oitava. 
As primitivas guitarras tinham as primeiras quatro ordens duplas, e as duas últimas singelas - dez cordas portanto ; actualmente, todas as ordens são duplas (e há mesmo casos em que as três últimas ordens são triplas). .

 

Actualmente, os violeiros fabricam guitarras de três tipos:

o de Lisboa, que é o mais pequeno, com caixa menos alta e sobre o redondo, de timbre mais «aguitarrado», ajustado aos «tremidinhos» ou trinados do fado corrido;

o de Coimbra, que é o maior, com a caixa mais aguçada e a escala mais comprida, ajustada ao tipo de balada dessa forma, em que a guitarra acompanha o canto com acordes;

o do Porto (e Braga), semelhante ao de Coimbra, mas um pouco mais pequeno.

 

A guitarra de Lisboa, própria para profissionais, é de factura cuidada, e tem um som mais brilhante;

A de Coimbra, própria para amadores, e para ser tocada ao ar livre, é em regra mais barata. Num modelo antigo comum, a guitarra pode medir cerca de 73 cm de comprimento total, sendo 19 para a cabeça, 20 para o braço e mais 7 para a escala, e 34 para a caixa; a largura máxima desta é de 27 cm, e a altura 8. Num modelo recente comum, por sua vez, ela pode medir cerca de 81 cm de comprimento total, sendo 20 para a cabeça, 18 para o braço e mais 14 para a escala e 43 para a caixa, com 38 de largura máxima, e 8 a 9 de altura. A escala, junto á boca, pode ser cortada por esta ou terminar em curva que lhe fica tangente, ora ainda formar recorte assimétrico do lado das cordas mais agudas, que vem um pouco abaixo, já sobre a boca.

A cabeça é em Voluta ou gancha. Nas guitarras de Lisboa, a gancha ou Voluta é geralmente em caracol; nas do Porto, ela é constituída por uma flor; e, nas guitarras antigas via-se também, por vezes, volutas em cabeças de animal ou com outros motivos - parecendo, em todos os casos, representar o antigo cravelhal do cistro.

 

Na face anterior da cabeça, num cavado triangular, fixa-se a chapa que faz de cravelhal onde prenderão as cordas, em cima. As chapas, nos exemplares mais antigos, eram do sistema de tarracha e chave, e, de entrada, vinham de Inglaterra: seguidamente o violeiro Sevilhano, do Porto, começou a fazê-las cá, e João José de Sousa, de Lisboa, e Domingos José de Araújo, de Coimbra, e depois outros, seguiram-lhe o exemplo. Hoje, as chapas são sempre do sistema de leque metálico, que veio substituir a tarracha e chave. Noutras formas, também antigas, e em geral mais pobres, aparecem guitarras com cabeça lisa, de madeira, e cravelhas dorsais, como as violas. Em baixo, as cordas fixam-se na ilharga, ao fundo, pelo sistema de atadilho, com botões.

 

A guitarra toca-se numa combinação de pontiado e de rasgado. A mão direita é que bate as cordas, sossegadamente e « sem dar saltos», na altura da boca; o mínimo (e ás vezes também o anelar) apoia no tampo, junto ás primeiras cordas; o médio e o indicador (e outras vezes também o anelar) correm, direitos e flexíveis, as cordas. Com a esquerda (cuja posição varia conforme os tocadores) premem-se as cordas, na escala; mas apenas o polegar e o indicador dedilham «com a ponta da unha» (Silva Leite), e nesses dedos usa-se ora as unhas crescidas ora um curto plectro; o polegar trabalha no bordão de terceiras, ás vezes no de segundas, mas nunca nas três primeiras cordas (hoje em dia isto já não é verdade, obs. nossa); o indicador trabalha nestas, mas pode, sendo conveniente, ir aos bordões, O tocador está geralmente sentado, o corpo direito e á vontade, o instrumento sobre a coxa direita e encostado contra o peito, à esquerda, o leque inclinado para o ombro esquerdo, o braço apoiado, junto à pestana, entre o polegar e o indicador desse lado, sem encostar a palma da mão e sem apertar contra o peito.

 

A «guitarra portuguesa» está actualmente ligada indissoluvelmente e fundamentalmente ao fado, tanto na sua forma de Lisboa como na de Coimbra, mas essa ligação parece na verdade ser um facto recente . No fado corrido, ela faz simplesmente o acompanhamento do canto; quando não há cantor, o guitarrista fantasia variações sobre o tema, abandona-se á inspiração do momento, borda floreios e ornatos.

A guitarra é pois, entre nós, o principal - e quase único - instrumento popular de expressão qualificadamente lírica, com total exclusão de figurações cerimoniais.

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